Entrevista Exclusiva com o escritor Max Moreno

Escritor Max Moreno
MAX MORENO é escritor romancista, poeta, contista e redator publicitário. Seu livro de estreia, A OUTRA SOMBRA (THE OTHER SHADOW), tem publicações no Brasil, Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. Com o conto, VINTE PRATAS, Max participa do coletivo BIG BUKA, publicado pela editora OS DEZ MELHORES, em homenagem ao escritor estadunidense CHARLES BUKOWSKI. Moreno tem vários contos publicados na plataforma AMAZON KINDLE. Entre eles, o conto ALÉM DE MIM, também com versão em Inglês. Conheci-o há alguns anos pelas redes sociais e tornamo-nos amigos. Tive o prazer de receber de suas mãos um exemplar do seu livro "A Outra Sombra" que confesso a vocês tem um enredo fascinante. O VARZINHAEMFOCO teve o enorme prazer de entrevistá-lo via e-mail a qual reproduzimos a seguir:


V.F: Max, como você se definiria para os leitores do VARZINHAEMFOCO.

M.M: Bem, essa não é uma pergunta muito fácil de ser respondida, uma vez que, quase sempre a nossa vaidade nos impede de termos uma visão mais realista nós mesmos. Contudo, eu me definiria como um eterno aprendiz. Penso que na Literatura (assim como na vida) devemos estar em constante aprendizado.


V.F: Max Moreno, conte-nos um pouco sobre como você iniciou a sua vida de escritor.

 M.M: Na verdade, eu sempre aspirei fazer parte do incrível “mundo literário”. Mas foi a partir de 2010 que eu dei os primeiros passos na escrita. A primeira versão de A Outra Sombra (o meu livro de estreia) apresentava falhas características de quem sonha em ser escritor, mas não se aprofundou no aprendizado do ofício. Assim, tive que reescrevê-lo inúmeras vezes. Ainda hoje, sempre que o leio, sinto-me tentado a fazer alguns ajustes, aplicando algumas técnicas que aprendi ao longo dos anos.

V.F: Qual a importância da leitura neste processo de "ser escritor"?

M.M: Esse me parece um assunto unânime a todo escritor. Se você aspira ser um escritor, tem que ler muito. Tem que ler de tudo, desde os clássicos aos contemporâneos. Desde romances a poesia. Leia, leia, leia muito. Somente lendo, se aprende a escrever. Porém, existe algo muito IMPORTANTE nesse processo de leitura: LEIA COM OLHOS DE ESCRITOR e não de leitor. Leia prestando atenção no estilo, na estrutura, na linguagem de cada escritor.

V.F: Como você ver a educação de forma geral no Brasil? Tem alguma sugestão para melhorar tal situação?

M.M: Não me vejo como alguém habilitado a falar sobre o sistema educacional do Brasil. Porém, se eu pudesse opinar, diria que a educação no Brasil carece de certa atenção, em especial dos que governam e criam leis neste país. Entre tantos problemas que enfrentamos (professores mal remunerados; escolas sucateadas; má qualidade na formação de novos professores, etc.), penso que a LUZ no fim do túnel certamente aponta para a EDUCAÇÃO DE BASE. Deve-se formar (através da educação de base) cidadãos mais conscientes e críticos em todos os aspectos.

V.F: Fale um pouco sobre o seu livro "A última sombra". Como foi a inspiração?

M.M: Certa noite, em meados de 2009, enquanto eu encarava o teto (esperando o sono chegar), veio-me à mente o enredo do livro. Mentalmente esbocei a trama. No dia seguinte, peguei um caderno e anotei o começo o meio e o fim da história, mas ainda não estava certo de que eu seria capaz de colocá-los no papel. Sempre fui apaixonado pela leitura e fascinado pela ideia (ainda que remota) de escrever um livro, mas, daí a sentar e a escrever, me parecia um caminho bem desafiador. Sinceramente eu não acreditava que passaria da primeira página. No entanto, logo na primeira “sentada” escrevi 20 páginas. Resultado: aceitei o desafio.
Mas posso adiantar que para alguém que leva a sério a escrita de um livro, a inspiração é algo com o que não se deve contar, pois raramente ela nos dá o ar da graça. Assim, a disciplina me parece ser o caminho menos “tortuoso” rumo a algo que posteriormente se tornará (ou não) um livro.

V.F: Você acha difícil publicar um livro no Brasil?

M.M:Sem dúvida, não é uma tarefa das mais fáceis ser publicado no Brasil. O mercado editorial brasileiro ainda é muito fechado aos intitulados “autores iniciantes” ou, numa linguagem mais otimista, “novos talentos da literatura”. Numa análise bem simplista, vejo a situação da seguinte maneira: de um lado, há uma “enxurrada” de novos autores buscando sua primeira publicação. Do outro lado, há um mercado editorial que visa viabilidade comercial nas obras publicadas. Assim, os autores estrangeiros (às vezes iniciantes) acabam tendo a preferência das editoras. Isso ocorre, porque os leitores brasileiros ainda “supervalorizam” obras estrangeiras. Mas penso que isso está mudando. Pelo menos eu acredito que esteja.
Outro grande problema do autor iniciante no Brasil, é que ao enviar suas obras para análise de algumas editoras, ele, muitas vezes, não se preocupa com erros primários na escrita. É importante que se desmistifique esse negócio de “talento nato”. Isso não existe. A ideia (o enredo) do livro pode ser ótima, mas se estivar mal escrito, certamente não passará da primeira página da leitura crítica feita por um editor. Nesse mercado não se perdoa erros gramaticais e/ou ortográficos. Por isso, antes de enviar o livro para análise de alguma editora, tenha o cuidado de submetê-lo ao crivo de um profissional que possa fazer uma revisão do texto. Lembre-se: é vital que se apresente um texto minimamente profissional. É o que editor espera de você.

V.F: Que conselho daria para um jovem que pensa em desistir dos estudos?

M.M: Não desista! Desistir dos estudos é o mesmo que se fechar “numa caixinha” para sempre. Quando não nos permitimos acesso à educação, também estamos nos condenando a uma visão limitada de tudo. A educação é a porta de entrada para qualquer SONHO. Portanto, permita-se SONHAR.

V.F: Já tem em mente sua próxima publicação? Conte-nos sobre ela.

M.M: Sim. Além de vários contos publicados (em Português e em Inglês) na plataforma Amazon Kindle, eu estou trabalhando em dois novos romances. O primeiro (O Mundo dos Outros) nos traz a história de um jornalista que, ao investigar casos de pessoas que desaparecem sem deixar vestígios, vai se deparar com algo estarrecedor. A trama se passa no Brasil e numa cidadezinha do estado de Montana nos Estados Unidos (Billing). O segundo romance (Além de Mim), é um conto (disponível na Amazon) que estou transformando em romance. Este traz a história de um rapaz que, aos dez anos de idade, tem os pais assassinados. Depois do fracasso da polícia em encontrar o assassino dos pais, ele começa a investigar por conta própria e se surpreende ao ser internado num hospital psiquiátrico como o principal suspeito do crime.
Os dois livros estão em fase de lapidação. Creio que até o fim deste ano (2016) já teremos algo para apresentar às editoras.

Agradeço ao amigo Udirlei e a todos os leitores do VARZINHAEMFOCO pela oportunidade.

Um abraço!
Max

Comentários

Anônimo disse…
Muito bom!

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