Picolé de Sal




_Eba! A sorveteria vai ser aberta_ comentava radiante uma criança.
_Que legal! Vou chupar muitos picolés de chocolate_ Gritava um menino com umas moedas presas nas mãos.
_Eu gosto de morango!_ Retrucava outro feliz da vida.
 Todo este diálogo ocorreu nas ruas de Varzinha lá pelos anos 90. Quando o comerciante Ananias estava prestes a inaugurar em seu concorrido bar uma potente sorveteria. Picolés feitos ali mesmo. Novidade para aquela criançada que não viam a hora de experimentar aquela delícia gelada.
  Chegou o grande dia! A meninada que perturbara a mãe a semana toda por conta de uns "trocadinhos" para comprar e experimentar aquela maravilha faziam uma tremenda algazarra na porta daquele bar.
_Calma, criançada. Daqui a pouco tem picolé para todo mundo_ comentava feliz o proprietário do bar.
 Para surpresa das crianças e também, claro, dos adultos que se faziam presentes o seu Ananias veio com esta:
_Gente, os primeiros picolés da sorveteria serão de graças para vocês experimentarem, pois não saem com um sabor muito agradável. Saem um pouco salgados, mas amanhã já teremos picolés perfeitos.
 A meninada começou a pegar o seu picolé estranhando um pouco aquele sabor, mas como era de graça saboreava um pouco e jogava o resto no lixo, pois como dissera o proprietário aqueles não seriam bons.
   Um senhor vindo de outra localidade meio sem saber o que acontecia ali, o motivo daquela movimentação aproxima-se meio desconfiado. O proprietário conhecendo aquele senhor lhe oferece, por cordialidade um picolé.
   Aquele senhor não pensa duas vezes. Apanha aquele picolé e saboreia-o com grande vontade.
   Dias depois aquela sorveteria andava cheia gente a saborear aqueles picolés, os quais desta feita eram deliciosos e com vários sabores. Num domingo, em pleno meio-dia, sol a pino aproxima-se dali sorridente aquele senhor curioso. Mete a mão no bolso e tira uma moeda:
_Nanias, me dá aí um picolé.
  O comerciante com toda polidez de que lhe era peculiar pegou um picolé todo saboroso e entrega para aquele senhor. Ele dá com grande voracidade um mordida. E, para surpresa geral do vendedor solta esta:
_Seu Nanias, eu não queria deste aqui não. Não têm daqueles de sal que o senhor me deu a semana passada não. Ananias não teve o que responder e este causo sendo desta forma verdadeira ou não virou postagem. Com em muitas outras coisas cada um gosto do que quiser.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A pombinha branca da meninada

Ex-jogador Mário Souza fala sobre sua carreira

Mandacaru: A planta do sertão