E os nossos jovens?
Às vezes nos momentos de devaneio, em noites nostálgicas de
insônia, paro um pouco para refletir e me vem à memória o meu tempo de criança,
esta que digo no mais puro sentido da palavra, pois criança eu me sentia com
meus 13, 14 anos. Época em que brincadeiras, diversões, sonhos utópicos
povoavam as nossas mentes, “nossas” que digo, pois não era eu exceção a regra,
todos os amigos, colegas e conhecidos se não na sua totalidade, na enorme
maioria também nutria em suas mentes estes anseios.
Hoje, infelizmente,
tudo está ao avesso, já não consigo determinar a idade correta de uma criança,
pois vejo situações que há inversões de papeis. Crianças com atos, atitudes e
ações de adulto. A inocência de um carrinho- de- pau, de um bodoque, de uma “ura” no rio, de um galinho de amor no jardim,
foi substituído por copos de bebidas, assentos de motos, e coisas que sinto vergonha
em relatar. Até onde vamos chegar? Qual o limite deste avanço? Desta
globalização tão divulgada? Como será o mundo das nossas futuras gerações?
Igrejas vazias, bares cheios! Muitos das
crianças e semi-adolescentes “transvestidos de adultos” já não vivem a inebriante
sensação de uma paquera, um flerte (ops!! Palavras em desuso). Muitos não
admiram a beleza de uma linda garota, mas a silhueta de um litro de uísque com
nomes de enrolarem a língua (são postos como deuses e reverenciados em praças públicas,
todos rodeados por “lindas” latinhas de energéticos que lhes dão a energia
perdida não sei onde).
Está longínquo o
tempo em que as meninas eram meninas de verdade, pois em sua fase tão sublime
de criança assim não suportam serem chamadas. Apenas com 11, 12 anos já
abandonaram suas “filhas bonecas” para assumirem suas “FILHAS HUMANAS” sendo assim
“amadurecidas” a força. Até onde vamos
chegar? Qual o limite deste avanço? Desta globalização tão divulgada? Como será
o mundo das nossas futuras gerações?
Indagações ficam no
ar, por mim, sem respostas, pois confesso que não as consigo responder.
Resta-nos erguer nossas mãos aos céus e pedir, rezar, clamar para que a terra
não se torne um lugar inóspito.
Comentários
Onde se lê: e que poder divertir-se, leia-se: e que eles podem divertir-se
Onde se lê: Poder ficar dependentes, leia-se: Podem ficar dependentes